terça-feira, 16 de setembro de 2014

Vinho e chás, sozinhos, não conseguem ajudar o coração

O estilo de vida de quem consome esses líquidos é determinante para o efeito deles sobre o organismo

Café, chá e vinho fazem bem ou mal para o coração? Antes de responder, é bom conhecer alguns estudos apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, realizado nessa semana em Barcelona, na Espanha. De acordo com diferentes trabalhos mostrados no evento, para afirmar qual é o efeito dessas e de outras bebidas sobre o órgão que bombeia sangue para o organismo, é preciso olhar uma série de outros fatores, especialmente o estilo de vida de quem as consome.

Uma das pesquisas que buscaram compreender melhor essa relação foi liderada por Nicolas Danchin, do Centro de Medicina Preventiva de Paris IPC. O estudo mediu o consumo de café e chá de mais de 130 mil pessoas de 18 a 95 anos e que haviam passado por um checape entre janeiro de 2001 e dezembro de 2008. O consumo diário das bebidas foi classificado em três níveis: nenhuma xícara, entre uma e quatro xícaras e mais de quatro xícaras.
Os exames mostraram que os bebedores de café tinham risco cardiovascular maior que o dos não bebedores, mas não necessariamente pela alta ingestão do líquido. Na verdade, notou-se que os apreciadores do produto podem ser associados a um estilo de vida menos saudável. Por exemplo, o percentual de fumantes entre não bebedores foi de 17%. Esse índice subia para 31% entre os que bebiam moderadamente e para 57% entre os consumidores de mais de quatro xícaras diárias. Os indivíduos que diziam não ao café também eram mais ativos: 45% deles apresentavam bom nível de atividade física, enquanto essa taxa era de 41% nos que bebiam grande quantidade.

Com relação à ingestão de chá, a relação entre a apreciação da bebiba e o estilo de vida era inversa. Cerca de um terço (34%) dos não bebedores eram fumantes. Já entre os que bebiam, esse percentual era menor: 24% dos que tomavam de uma a quatro xícaras por dia e 29% daqueles que ultrapassavam essa medida. E a atividade física crescia à medida que aumentava o consumo: de 43% nos bebedores moderados para 46% nos bebedores “pesados”.

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