sexta-feira, 1 de maio de 2015

Dia do Trabalho é violento na Turquia e tem manifestações em vários países

Trabalhadores saíram às ruas em países da Europa, Ásia e América Latina.
Turcos acusam presidente de tentar impedir celebrações e homenagens.

Da France Presse
Manifestantes correm, carregando retratos de ativistas de 1968 durante uma manifestação do Dia do Trabalho na praça Sihhiye, em Ankara, na Turquia (Foto: AFP Photo/Adem Altan)
A polícia turca dispersou com gás lacrimogêneo e jatos de água quase mil manifestantes na Praça Taksim de Istambul, em um 1º de Maio tenso no país, ao mesmo tempo que ativistas defendem ao redor do mundo os direitos trabalhistas em uma era de austeridade.
As forças de segurança enfrentaram os manifestantes no distrito de Besiktas, em Istambul. Os trabalhadores foram convocados por sindicatos e partidos políticos da oposição.
O governo conservador-islâmico proibiu as manifestações na emblemática praça Taksim, centro nervoso das várias semanas de protestos contra o governo em 2013 do então primeiro-ministro e agora presidente Recep Tayyip Erdogan.
Segundo o governador de Istambul, Vali Sahin, 203 pessoas foram detidas e seis policiais e 18 manifestantes ficaram feridos.
As autoridades temem qualquer manifestação pública antes das eleições legislativas de 7 de junho.
As ruas do centro de Istambul estavam bloqueadas e as estações de metrô próximas da Praça Taksim estavam fechadas. O governo suspendeu o serviço de balsas entre as áreas europeia e asiática do país e os helicópteros privados foram proibidos de circular, para permitir o deslocamento dos aparelhos da polícia.
Taksim é cenário de confrontos no Dia do Trabalho desde que dezenas de pessoas morreram no 1º de Maio de 1977, um dos períodos mais conturbados da Turquia moderna.
"Em 1977 aconteceu um massacre. Simplesmente queremos estar lá para recordar o dia. Não podemos fazer de outra forma, é muito simbólico para nós", disse Umar Karatepe, líder da confederação sindical DISK.
"O presidente, este homem que usurpa todos os nossos direitos, não pode nos dizer que não podemos celebrar o 1º de Maio, é inaceitável", completou.
Este é o primeiro Dia do Trabalho no país desde a aprovação no Parlamento de uma polêmica lei que concede à polícia mais poderes para reprimir os protestos.

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